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quinta-feira, 8 de março de 2012

8º Capítulo - Seeking Happiness - Complicated.


Encarar a realidade pode parecer mais difícil pra Bells do que ela imaginava.
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Senti uma dor de cabeça forte, e a luz invadiu meus olhos. Abri meus olhos devagar. Doeu um pouco quando o fiz. Eu estava num lugar macio. Quente. E o que mais me surpreendeu: seco.
Que eu me lembre eu desmaiei na rua, na chuva. Onde eu estou?
Num quarto branco e bem iluminado. Comecei a ficar com medo. Quem me trouxe pra cá? Abracei forte o travesseiro que eu estava deitada. Tinha um cheiro muito bom. Um cheiro conhecido, mas não lembro a quem pertence o cheiro.
Me sentei na cama rapidamente, pensando por que estava ali. Abracei meus joelhos. A porta que havia ali se abriu.
Olhei quem entrou e fiquei mais confusa. Um Matt com uma bandeja cheia de um café da manhã.
- Matt? O que eu to fazendo na sua casa? – olhei para mesinha de cabeceira e avistei uma foto de Matt pequeno, que eu já tinha visto.
- Bom... – ele se sentou ao meu lado na cama e deixou a bandeja de café da manhã aos meus pés.  – eu tava no shopping e resolvi dar umas voltas pelas ruas, e vi uma menina encolhida na chuva. Fui lá ver se ela precisava de ajuda, e quando vi era você. Eu estava com meu carro ali perto, então resolvi te levar pra casa, já que você não acordava. Passei na sua casa, mas não tinha ninguém lá, então te trouxe pra cá – ele abriu um meio sorriso, mas logo ele desapareceu – tem algum problema?
- Não, não. Acho que é até melhor – tentei sorrir fraco, mas acho que o máximo que consegui foi uma careta.
- Você tá bem pequena? Por que você tava naquela chuva?
- Nada não, eu briguei com a minha mãe e a gente tava ali perto e eu sai correndo. Sentei na rua e devo ter adormecido.
- Tem certeza? – me olhou desconfiado.
- Tenho sim – olhei minhas roupas. Ou melhor, as roupas grandes e largas de Matt – quem colocou essa roupa em mim? – arregalei os olhos, pensando em Matt trocando minhas roupas.
- Calma – riu baixo – minha mãe e minha irmã te trocaram.
- Mas por que com as suas roupas e não com as da sua mãe ou da sua irmã?
- Acho que não ia gostar das roupas delas – rimos juntos – e as minhas são mais confortáveis, sem contar que você fica linda com as minhas roupas – abriu um sorriso lindo pra mim.
Seu sorriso me lembrou Peter, e o que Jason falou para mim.
Flashback On
Fiquei sabendo que ontem Peter te fez uma surpresa, não é mesmo? Sinto muito por não estar com vocês, mas como sabe o trabalho toma muito o meu tempo. Sinto muito por não ter dado a atenção que Peter merecia, por ficar com ele. Eu sinto muito mesmo. Peter não resistiu Bells, ele perdeu muito sangue, e quando chegou ao hospital já não havia o que fazer. Ele se foi.

Flashback Off

Ele se foi. As palavras ecoaram na minha cabeça.
- Pequena? O que foi? – Matt balançou meus ombros – Você ficou pálida!
Levantei meus olhos para olhar Matt, seu rosto trazia preocupação.
- Matt, Peter – foi o que consegui dizer. Um nó tomou minha garganta.
- O que tem Peter? – ele pareceu confuso.
- Morreu – olhei para janela, fitando o nada.
- O QUE?
Levantei da cama, procurando um calçado. Vi meu coturno em um canto, e me aprecei a colocá-lo, só procurando as meias antes. Não queria ter que explicar a Matt o que nem eu mesmo sabia direito.
- Cadê minhas roupas Matt?
- Qual é pequena, me diz o que ta acontecendo!
- Matt – coloquei a mão na cabeça, cansada. – eu... Não dá agora. Eu tenho que ir pra casa, minha mãe deve estar preocupada, outra hora eu te conto.
Ele ficou de frente pra mim, olhando diretamente em meus olhos.
- Você solta uma bomba dessas em cima de mim é vai embora sem dar explicações?
- Por favor, Matt, por favor! Já esta sendo bem difícil pra mim, será que não entende? Nem eu mesma sei bem o que aconteceu com Peter. E não briguei com a minha mãe – ele olhou confuso pra mim – Quando o pai de Peter me falou que ele tinha morrido eu sai correndo do hospital e desmaiei na chuva. Agora tem como você me levar pra casa? , preciso mesmo falar com a minha mãe, saber o que aconteceu!
- Claro que tem, mas você promete que vai me explicar tudo depois?
- Prometo – suspirei.
- Vou pegar suas roupas na secadora.
Fiquei olhando Matt deixar o quarto, dando as costas para mim. Tentei organizar os pensamentos em minha cabeça, mas parecia que meu cérebro não queria aceitar isso. Nem eu queria. Não conseguia aceitar o fato que Peter já não estava ali.
Matt voltou ao quarto com minhas roupas nas mãos. Sem dizer mais nada me abraçou forte, e deixou o quarto para que me trocasse.
Coloquei as roupas sem vontade nenhuma. Minha blusa amarela ainda não estava bem seca, então tomei a liberdade de pegar uma de Matt. Eu tinha essa mania feia de pegar as roupas dos outros. Fui até o banheiro, no corredor e me olhei no espelho. Não sei com Matt não riu da minha cara. Eu estava mais branca que o normal, com olheiras fundas e arroxeadas. Meu cabelo estava bagunçado e embaraçado. Peguei a escova de cabelos que estava em cima da pia do banheiro e penteei meus cabelos. Lavei o rosto e enxagüei a boca, já que minhas escovas de dente não estavam ali.
Sai do banheiro e voltei para seu quarto. Ele agora estava lá. Sentado em sua cama. Coloquei minhas meias e meu coturno.
- Peguei sua blusa, tem problema? – apontei para blusa preta e enorme, sem estampa que eu usava.
- Não, não.
Sentei ao seu lado na cama.
- E você Matt, está bem?
- Você pergunta isso pra mim? Seria muito idiota da minha parte falar que estou mal agora. Com você para comparar.
Ele me abraçou forte.
- Melhor irmos. – olhei para trás de Matt e vi a bandeja com o café da manhã – desculpe te fazer se preocupar. Não consigo comer nada agora, você entende, não é?
- Claro pequena, não se preocupa – afagou meus cabelos.
Descemos as escadas e fomos até seu carro. Eu ia pra casa procurar saber o que aconteceu. Vou lá encarar a verdade.

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Amigos. Bells precisa deles mais do que nunca nesse momento.

7º Capítulo - Seeking Happiness - Thud.


Como a felicidade de uma pessoa pode ser totalmente apagada em menos de 24 horas?

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POV Charlotte.

Minha cabeça doía muito. Abri os olhos lentamente. Havia pessoas gritando por ajuda, no começo não entendi muito o porquê, depois enxerguei melhor.
Estava em meu carro. Lembrei-me que perdi o controle e nós capotamos. Além de minha cabeça não sentia uma dor significativa em nenhuma outra parte do corpo.
Olhei para o lado e avistei Peter. Arregalei os olhos. Tentei me soltar do cinto de segurança, mas ele não queria soltar.
O sangue de Peter o ensopava. Ele tinha um ferro atravessado por sua barriga.
Meus olhos estavam cheio de lágrimas.
- POR FAVOR, AJUDA! SOCORRO! – eu não conseguia parar de gritar.
Alguém veio até minha janela e falou comigo.
- Minha senhora, você esta bem? – sua voz estava tomada de preocupação. Não consegui prestar atenção em seu rosto.
- EU ESTOU, MAS MEU FILHO NÃO! PELO AMOR DE DEUS, ALGUÉM CHAME AJUDA, ELE ESTA PERDENDO MUITO SANGUE!
- Já chamamos ajuda. Eles já vão chegar.
A pessoa se afastou.
Se algo acontecesse a Peter eu nunca me perdoaria.
Bombeiros e paramédicos cercaram o carro. Abriram a minha porta, cortaram meu cinto de segurança e me tiraram dali. Eu realmente não estava muito machucada. Só minha cabeça que eu havia batido. Me pegaram no colo e já me levavam pra uma maca. Quando me prendiam na maca e colocavam o colar cervical eu surtei.
- MEU FILHO! ELE PRECISA SER SOCORRIDO! EU ESTOU BEM, ELE NÃO, TEM UMA COISA ENFIADA...
- Minha senhora, ele já esta sendo socorrido.
Terminaram de me prender na maca e me colocaram dentro da ambulância.
Peter, só pensava em Peter.
  
~~~

POV Bells.


A voz de minha mãe estava me incomodando. Ela falava alto e estava nervosa. Com será que ela estava falando? Não estava ouvindo a voz de mais ninguém.
Abri os olhos e a claridade os invadiu. Levantei lentamente, me lembrando da noite anterior, o que tinha acontecido ali mesmo, no meu quarto. Um sorriso se abriu em meu rosto. Nunca iria imaginar que Peter ia fazer isso! E nem desconfiei das atitudes estranhas de Val, Michelle e nem mesmo no convite de Matt. Isso tudo foi bem planejado pra eu ter uma surpresa daquelas.
Eu tinha sonhado com nosso casamento, em como ele iria ficar lindo num terno preto, me esperando no altar.
Fui para meu banheiro lavar o rosto e escovar meus dentes. Quando terminei desci descalça as escadas e fui direto para cozinha, a fim de arrumar algo pra comer. Minha mãe estava sentada a mesa, de costas para mim.
- Bom dia mãe! – ouvi que ela chorava baixo – Mãe? O que aconteceu? – me ajoelhei em sua frente e peguei suas mãos.
- Peter. Peter e Charlotte Bells.
- O QUE TÊM ELES? POR QUE VOCÊ ESTA CHORANDO? – arregalei os olhos, começando a ficar preocupada.
- Eles sofreram um acidente ontem quando voltavam do nosso jantar.
Eu estava em choque. Me afastei dela e sentei no chão, com os olhos mais arregalados que antes.
- Isso é uma brincadeira de muito mau gosto, sabia mãe? – lancei um olhar de censura a ela.
- Bells, você não sabe o quanto eu queria que isso fosse brincadeira, mas não é – ela estava séria. É, ela não estava brincando.
Me levantei num pulo.
- Mas eles tão bem né? VAMOS PRO HOSPITAL AGORA!
- Eu não sei, eu não sei. Só estava esperando você acordar pra irmos.
- Vou me vestir, já volto – sai correndo em direção ao meu quarto, já pensando em que roupa vestir.
Cheguei lá e abri meu guarda roupas e vi uma calça preta colada, peguei-a e joguei na cama. Abri a outra porta e procurei uma blusa, e encontrei uma grande, amarela tinha na frente escrito “GAP”. Joguei-a em cima da cama também. Peguei qualquer regata e fiz juntar-se as outras roupas em cima da cama.
Tirei meu pijama e coloquei as roupas que estavam na cama. Peguei uma meia e coloquei rápido, já indo procurar meu coturno.
- TO PRONTA MÃE! – gritei enquanto descia rapidamente as escadas.
- Vamos então – disse com as chaves do carro na mão.

~~~

Chegamos à recepção do hospital e pedimos pra visitar o quarto de Charlotte.
Quando chegamos Charlotte estava abraçada aos joelhos, com a cabeça baixa, um homem ao seu lado, que vi ser o pai de Peter.
Bati na porta.
- Licença?
- Pode entrar Bells – o Sr. McCain disse.
- Olá Sr. McCain.
- Sabe que pode me chamar de Jason, Bells – a voz do Sr. McCain estava embargada e seus olhos levemente vermelhos.
- Ok Jason.
- Charlotte, você está bem? – minha mãe entrou no quarto.
- Onde Peter esta Jason? – perguntei baixo – Charlotte e ele se machucaram?
- Charlotte teve que dar uns pontos na cabeça, no lugar que bateu – seus olhos ficaram mais vermelhos, e lágrimas transbordaram por eles – Fiquei sabendo que ontem Peter te fez uma surpresa, não é mesmo? Sinto muito por não estar com vocês, mas como sabe o trabalho toma muito o meu tempo. Sinto muito por não ter dado a atenção que Peter merecia, por ficar com ele. Eu sinto muito mesmo. Peter não resistiu Bells, ele perdeu muito sangue, e quando chegou ao hospital já não havia o que fazer. Ele se foi – Jason voltou para perto da minha mãe e de Charlotte.
Eu sai do quarto sem dizer nada. Sai do hospital. Eu não queria ficar ali. Eu tenho que pensar, e aqui não é o melhor lugar.
Fui para longe dali, perdida em pensamentos. Andava sem rumo pelas ruas. Começou a chover. Muito forte.
Por quê? Por que Peter? Por que agora, logo depois de ter me pedido em casamento? Quando tudo parecia finalmente estar no lugar? Quando exatamente tudo estava perfeito?
Me apoiei numa vitrine quando tropecei em algo, mas isso não evitou que eu caísse. Fiquei ali, caída na rua, sem forças para me levantar.
Me sentei e me abracei meus joelhos com força. Eu estava fraca, mas mesmo assim nenhuma lágrima caiu de meus olhos. Me sentia oca. A momentos atrás minha cabeça estava cheia de pensamentos, e agora... Nada. Eu não estava conseguindo raciocinar. Fui tomada por uma escuridão desconhecida.

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Ela sentiu como se seu mundo tivesse sido roubado. Sua felicidade tinha sido roubada. Bells pela primeira vez se sentiu sem chão. Sozinha.

6º Capítulo - Seeking Happiness - Last Day With You.


Bells pensava que estava tudo perfeito, mas Peter provou que ele conseguia deixar ainda melhor.
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A claridade incomodava meus olhos, e eu os abri lentamente. Senti que os braços de Peter ainda me envolviam.  Sorri largo me lembrando de tudo o que aconteceu ontem. Não foi planejado – pelo menos por mim não – e mesmo assim, tão perfeito. Peter se mexeu ao meu lado, e eu aproveitei e me desvencilhei de seus braços. Me espreguicei e bocejei. Sentei na beira da cama. Olhei para os lados, o quarto era uma bagunça com minhas roupas e as de Peter jogadas por tudo quanto é lado. Ri baixo.
Levantei, e o ar gelado da manhã feriu minha pele nua. Estava frio. Só agora percebi, porque estava nos braços de Peter, e lá estava quentinho. Pensei em voltar, mas eu precisava realmente de um banho. Minha pele estava com a mesma sensação de ontem à noite. Parecia que eu estava suada. Mesmo com o frio resolvi que ia tomar um banho gelado pra ver se passava aquela sensação horrível.
Caminhei até o banheiro, e pisei no que pude ver ser a cueca de Peter, que estava na frente da porta do banheiro.
Entrei no banheiro e já fui entrando no box. Liguei o chuveiro e mudei a temperatura para gelado. Deixei que a água caísse em meus cabelos enquanto eu tremia com o frio.
Coloquei shampoo em meu cabelo, e massageei até que fez espuma. Enxagüei e comecei a ensaboar meu corpo. Depois de terminar o banho, desliguei o chuveiro e me sequei. Sai do banheiro de toalha e fui procurar minha bolsa. Lembrei que a deixei lá em baixo. Desci as escadas e peguei minha bolsa, que estava no chão, ao lado da porta da sala.
Subi de novo e peguei na bolsa minhas roupas intimas que trouxe ali. Coloquei-as e peguei meu calção que estava jogado no chão do quarto de Peter. Olhei para cama, ele ainda dormia profundamente.
Avistei a camisa xadrez que ele usava ontem e a fui até ela. Peguei-a e vesti. Eu amava usar roupas maiores que eu. Amava usar as roupas de Peter.
Voltei ao banheiro e penteei meus cabelos com a escova que havia em cima pia. Peguei minhas escovas de dente da minha bolsa e escovei os dentes.
- Acorda dorminhoco, tá na hora já! – fui até a cama e chacoalhei seus ombros.
Ele resmungou algo ininteligível e virou para o outro lado. Resolvi ir comer alguma coisa.
Desci as escadas e fui para cozinha. Abri os armários como se estivesse em minha casa. Sorri ao pensar em mim e Peter morando juntos, casados.
Encontrei um cereal em um dos cantos do armário. Era o meu preferido. Fui até a geladeira pegar o leite, quando senti um abraço por trás. Peter beijou meu pescoço. Peguei o leite e levei até onde eu deixei a tigela com cereal.
- Quer que eu faça pra você também? – sorri.
- Quero – veio até mim e me abraçou – Te amo, tá?
- Eu também. Mas por que isso agora?
- Pra você ter certeza.
- Bobo.
Coloquei mais uma tigela na bancada e pus cereal nela. Coloquei leite nas duas, peguei duas colheres e entreguei uma a Peter, que percebi estar usando só uma calça de moletom.
- Pronto.
Sentamos à mesa e comemos em silencio.
Quando eu terminei de comer lavei minha tigela e fui até a sala – seguida por Peter – procurar meus tênis. Calcei-os e fui lá pra cima, deixando Peter sentado no sofá.
Peguei minha bolsa, que eu tinha deixado no banheiro. Procurei o celular, queria ligar pra Danny para avisar que estou indo. Quando o peguei percebi que tinha duas chamadas não atendidas. Deviam ser de Danny. Fui checar. Uma de Danny e outra de Matt. Escolhi ligar pra Danny primeiro.
- Oi mãe – atendeu depois de cinco toques – eu já estou saindo da casa do Peter.
- Vai vir já?
- Vou, pode ficar tranqüila. Beijo, tchau.
- Tchau – desliguei. Nunca gostei muito de falar no telefone. Prefiro que seja cara a cara. Bem melhor.
Disquei o numero de Matt. Depois de três toques atendeu.
- Oi Matt, é a Bells, eu vi que você me ligou, mas é que eu estava longe do celular, então eu não o ouvi tocar, mas o que queria?
- Oi pequena. Sem problemas, te liguei pra saber se você ia querer vir aqui em casa hoje? Chamei a galera, a gente vai se juntar pra beber, conversar, dar risada, tocar, cantar... Essas coisas. E ai, topa?
- Tenho que ver Matt, faz três dias que eu não paro em casa, vou ver com a minha mãe.
- Ah tá, tudo bem então. Depois a gente se fala. Beijo.
- Beijo – desliguei.
Duvido que a Danny deixe, mas não custa tentar.
Desci as escadas e Peter tinha adormecido de novo no sofá. Beijei de leve seus lábios e sai.

~~~

Enquanto eu e minha mãe almoçávamos resolvi lhe perguntar sobre Matt.
- Mãe... O Matt me chamou pra ir a casa dele, ele disse que os amigos vão se reunir pra jogar conversa fora, tocar... E então?
- Não para mais em casa menina? Hoje você fica. Já deixei você sair três dias seguidos. Você tem que se aquietar um pouco – disse ela olhando para seu prato.
Como eu imaginava. Depois que terminar vou ligar para Matt avisando.
Terminei de comer e levei meu prato a pia.
- Vou estar no meu quarto – disse indo a caminho da escada.
Quando cheguei ao meu quarto me joguei na cama e peguei o celular que estava na mesinha de cabeceira. Disquei o numero de Matt.
- Oi Matt, como o esperado, minha mãe não deixou – minha voz estava arrastada.
- Oi, que chato. Bom, então a gente se vê na escola amanhã. Beijo pequena.
- Beijo – desliguei.
Ia ficar o dia todo fazendo nada? Não estava a fim de escutar musica, muito menos de ler um livro.
Meu celular tremeu em cima de minha barriga. Olhei no visor. Era Michelle.
- Oi Mich, tudo bem?
- Tudo, e ai, ta a fim de ir numa festa hoje à noite?
- Não vai dar, minha mãe disse que hoje eu vou ficar em casa. Por que você não vem aqui morrer de tédio comigo?
- Eu vou sair – falou em um tom de desculpas – compras.
- Tudo bem, vou me afogar sozinha no tédio então.
- Tenta se animar menina. Se cuida, beijo.
- Beijo – desliguei.
Quantas ligações quando não posso sair, hein?
Pensei em uma coisa. Provavelmente Val não sairia, por que ela não era muito disso, será que ela viria ficar comigo?
Disquei o numero dela e esperei ela atender.
- OI VAL – falei um pouco animada demais – tava a fim de vir aqui em casa, sabe, pra gente jogar conversa fora?
- To sim Bells, que horas quer que eu vá ai?
- Pode ser, tipo, agora?
- Claro, daqui a pouco to ai. Até.
Ela desligou.
Não demorou nem meia hora e Val estava lá. Minha mãe adorava Val, por isso tive que puxá-la da cozinha para meu quarto.
- E essa roupa ai?
Olhei para minhas roupas e percebi que ainda vestia a camisa xadrez de Peter.
- Ah, é de Peter.
- E por que esta com a camisa de Peter? – ela sorria maliciosa.
- Dormi lá ontem, então peguei emprestado – dei de ombros. Seu sorriso se alargou.
- Só dormiu, sei.
- VAMOS MUDAR DE ASSUNTO?
Ela riu de mim.
- Vamos dar uma caminhada? Sei lá, parece que você precisa de ar fresco.
- Tá, tenho que falar com a minha mãe.
- Deixa que eu falo com a sua mãe.
- Tá – fiz menção a sair do quarto, mas Val segurou meu braço.
- Espera aqui, eu já volto.
Fiz uma careta, mas fiz o que ela dizia. Deu três minutos e ela voltou. Peguei meu celular em cima da cama e coloquei no bolso de trás de meu calção.
- Ela deixou?
- Numa boa. Vamos?
- Tá né, vamos.
Demos algumas voltas nos quarteirões e eu contei sobre a noite anterior a Val, e ela estava se derretendo.
- Acho melhor voltarmos agora, já ta ficando escuro. Minha mãe vai me matar!
- Vamos – Val estava com um sorriso bobo no rosto, estranho. Olhei desconfiada pra ela, mas ela nem percebeu. Dei de ombros. Provavelmente estava pensando em Matt, ela deveria ter sido convidada para a festa dele.
A porta estava aberta, então nem precisei pegar minha chave.
- Você vai à festa do Matt? – na mesma hora em que pronunciei as palavras eu me arrependi. Vai que Matt não a convidou?
- Não, prefiro ficar aqui com você. Muito barulho pra mim, sabe?
- Ah, melhor, assim não fico sozinha.
Subimos as escadas, eu me segurando nas paredes, por que tava tudo apagado.
- MÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAE! POR QUE AS LUZES ESTÃO APAGADAS? – entrei no meu quarto e antes que minha mão chegasse ao interruptor alguém acendeu a luz. Minha mãe.
Olhei assustava para frente, pois todos os meus amigos se encontravam ali, e no meio estava Peter.
- O que tá acontecendo? – estava totalmente confusa.
- Venha aqui Bells – Peter chamou.
- Você... – fui interrompida.
- Venha – Peter me puxou pela mão – Preciso te falar umas coisas.
Olhei para meus amigos, meu cenho franzido. O que é que tá acontecendo?
Peter ficou de frente pra mim e pegou minhas mãos nas suas.
- Olha, eu sei que somos novos, que namoramos há dois anos, mas pra mim foi mais do que o suficiente pra saber que o que eu não vou me arrepender do que vou fazer agora. Te conheço bem o bastante e sei que amo cada mania sua, cada fio de cabelo. Sei que é com você que quero passar o resto de minha vida, ao seu lado que quero ver nossos filhos crescendo, nossos netos. Ao seu lado quero estar quando meus cabelos perderem a cor, e ver nossos netos correndo no nosso quintal. Quero que você cuide de mim, quero cuidar de você também. Quero te fazer cafuné até você pegar no sono, e dormir todas as noites abraçado com você. Esses dois anos foram mais que necessários para que eu visse que você é perfeita pra mim. Para perceber que eu te amo mais que tudo, e que não quero nem consigo mais viver sem você – lágrimas quentes escorriam de meus olhos, e eu estava com um sorriso bobo no rosto. Percebi que todos a nossa volta nos olhavam – Eu quero que você seja a mãe de meus filhos, a minha mulher. Só minha – tentei o segurar quando percebi o que estava prestes a fazer, mas mesmo assim ele se ajoelhou na minha frente. Pegou uma caixinha preta do bolso de sua calça – Bells – abriu a caixinha e estendeu pra mim – você aceita se casar comigo?
Eu chorava ainda mais.
- Mas a gente é muito novo ainda, e...
- Bells, e ai que a gente é muito novo? Não deu pra perceber que eu te amo? E eu tenho certeza que quero passar o resto de minha vida com você. Você não tem? – ele se levantou.
- É claro que tenho...
- ACEITA LOGO – olhei pra ver quem tinha dito isso. Foi Lea, que percebi ter tantas lágrimas nos olhos quanto eu.
- Mas é claro que eu aceito Peter – o abracei com a maior força que pude – você tem duvidas? Te amo – sussurrei em seu ouvido.
Peter segurou meu rosto em sua mão e me beijou demoradamente. Todos ali presentes aplaudiram.
Peter pegou o anel delicado de dentro da caixinha preta e colocou em meu dedo.

~~~

Depois da declaração e do pedido de casamento de Peter fomos todos comemorar em um restaurante.
Todos sabiam do pedido de Peter, menos eu. Eles todos ajudaram Peter a tramar esse plano pra me enganar. Inclusive Matt, com sua festa falsa que me deixou desanimada, e Val. Isso explica aquele sorriso bobo em seu rosto hoje mais cedo. Até Charlotte, mãe de Peter apareceu lá.
Todos estavam felizes e animados. Me deram os parabéns e nos abraçaram.
Eu estava noiva de Peter. Íamos marcar a data do casamento pra daqui dois meses.
Depois de comermos um monte e darmos boas risadas, e até mesmo beber um pouco, fomos todos para suas respectivas casas, pois o jantar terminou tarde, todos deveriam estar cansados.
Minha mãe deixou Matt, Val, Lea e Mich em casa, depois fomos para nossa.
Chegamos e já fomos para nossas camas, ambas cansadas demais para conversar sobre o acontecido.
  
~~~

POV PETER.
Ela tinha aceitado! Era o dia mais feliz de sua vida. Depois de todo o plano para que ela nem desconfiasse do que ia acontecer, se Bells não aceitasse se casar comigo eu não sabia o que iria fazer.
Depois do jantar acabar Bells foi embora com sua mãe, que deu carona para seus amigos.
Minha mãe estava me levando para nossa casa. O restaurante realmente ficava um pouco longe da nossa casa. Minha mãe entrou numa rodovia, que estava bem movimentada por ser fim de semana.
Um caminhão que estava na nossa frente perdeu o controle, e mamãe tentou desviar dele para não batermos, mas o carro derrapou na pista e bateu em outro carro. Nosso carro capotou varias vezes, minha mãe gritando. Tudo isso parecia estar acontecendo em câmera lenta para mim.
Dizem que quando você esta prestes a morrer sua vida inteira passa por seus olhos. Engraçado o fato de que a única coisa em que eu conseguia pensar naquele momento era em Bells. No seu sorriso. Nos seus olhos.
Nosso carro, após ter capotado cinco vezes, caiu num barranco. O lado do carro em que eu estava caiu virado para o chão. Senti que um ferro atravessava minha barriga. Olhei para minha mãe mais uma vez. Talvez ela sobrevivesse. Tivesse chance. Ela não parecia muito ferida, mas saia sangue de sua cabeça, e ela estava desacordada. Nosso carro finalmente parou, de ponta cabeça. Senti meu próprio sangue escorrendo em meu rosto. Eu não sentia dor.
A morte parecia fácil. Calma até, posso dizer. Não, eu ainda não estava morto. Mas sabia que não tinha chances. Até a ajuda chegar ele já teria perdido muito sangue.
A única coisa que queria agora era falar mais uma vez para Bells que ele a amava. Como se fosse sua vida. Queria poder abraçá-la mais uma única vez. Ve-la sorrindo novamente.
Oh seu sorriso. Seu rosto. Como o amava. Eu a amava inteira. Cada mania. Cada careta.
Bells sorrindo para ele, foi a ultima coisa que viu, e então ele foi engolido por uma escuridão que não tinha medo de enfrentar, não se fosse por Bells.
Seu sorriso...

_

Peter se foi com a certeza que amou Bells a cada segundo que a vida lhe permitiu.





               



5º Capítulo - Seeking Happiness - Uninterrupted.


E de quantas maneiras uma pessoa pode fazer com que você se sinta maravilhosa?
                                                              -
E lá estava eu na frente do espelho, provando mais uma roupa. Sempre tive esse problema com roupas, nunca achava que estava bom. Me olhei mais uma vez. Eu tinha os cabelos castanho-claros, olhos também castanhos, mais puxados pro mel, sou baixinha, tenho 1,60. Magra, e sem vontade nenhuma de sair de casa.
Não sei por que, mas hoje é uma daquelas noites que quero deitar no sofá com um pote de sorvete e assistir meus filmes preferidos enrolada numa coberta. Mas eu tenho que ir no jantar da mãe de Peter, que prometi ir.
Como estava com preguiça de fazer algo mais elaborado no cabelo, eu puxei minha franja pra cima e prendi com um grampo de cabelo.
Coloquei uma meia calça arrastão, e por cima um calção. Estava calor, então... Coloquei minha camisa preferida do Guns ‘n Roses. Não era um jantar formal, era só um jantar com a mãe de Peter. No pé eu coloquei um tênis preto cano baixo.
Meu celular começou a tocar Help, dos Beatles. Era o toque que tinha colocado para Peter. Peguei o celular e atendi.
- Alô?
- Oi Bells, quando você vai vir?
- Tava terminando de me arrumar, minha mãe disse que vai passar na casa de uma amiga que mora ai perto e vai me deixar ai de carro. Chego ai em 10min.
- Tudo bem. Tchau.
- Tchau, até daqui a pouco – desliguei.
Peguei minha bolsa e sai escada abaixo.
-MÃAAE! – me virei e dei de cara com ela.
- Pra que gritar menina?
- Pensei que você tava longe – dei de ombros.
- Vamos, minha amiga acaba de ligar, está me esperando.
Saímos sem dizer mais nada. Entrei no banco do carona, enquanto ela trancava a porta. Olhei no pelo retrovisor. Minha maquiagem estava leve. Só rímel e blush. Minha mãe entrou no carro e ligou rapidamente. Em 7min chegamos à casa de Peter, já que não tinha transito nenhum.
Toquei o interfone, que ficava ao lado do portão. Ele abriu o portão pra mim, e depois de ter fechado o portão, me virei e dei de cara com Peter.
- Oi meu amor – fui surpreendida por um beijo – Cadê sua mãe? – disse já entrando na casa.
- Ela teve que viajar. Trabalho sabe? Avisaram de ultima hora. Ela pediu desculpas.
- E agora?
- Agora vamos assistir o filme que eu aluguei, comer pipoca, tomar chocolate quente... – ele sorriu de uma angelical.
- Entendi, entendi! – sorri também. Ele pegou minha mão e me levou para dentro da casa.
A casa de Peter é uma casa luxuosa, diferente da minha. A família dele era rica, seu pai tinha uma grande empresa, e viajava muito a trabalho. Por isso não o vi muitas vezes.
- Espera aqui um pouco, vou buscar uns travesseiros e um cobertor pra gente – disse enquanto subia a escada. Sentei no sofá, tirei meu tênis, já que íamos deitar no sofá.
Peter chegou com dois travesseiros e um cobertor xadrez na mão.
- Que filme é?
- Pra ser bem sincero, eu nem olhei o nome – rimos juntos.
Ele foi até a TV e depois mexeu um pouco no DVD, logo o filme começava.
~~~
Depois de assistirmos o filme que mal prestamos atenção, pois ficamos mais nos beijando do que realmente assistindo o filme, nós fomos pra cozinha fazer chocolate quente.
- Que horas são Peter?
- 23h, por quê?
- MINHA MÃE! – eu disse ao mesmo tempo em que pegava o celular do lado de trás do bolso e discava o seu numero. Depois de quatro toques ela atendeu – Mãe, eu vou dormir aqui no Peter de novo, tem problema?
- Não filha, mas não chegue tarde amanhã em casa, tá?
- Tá. Tchau, até amanhã – desliguei.
- Vou dormir aqui, mesmo sem ter me convidado – mostrei a língua.
- Pensei que já tivesse vindo para dormir!
- Vamos, me de esse chocolate quente aqui.
Tomei um pouco, estava delicioso. Do jeito que eu gosto, com um pouco de canela. Peter se lembrou do que eu falei uma vez pra ele.
- To com frio – fiz uma careta, voltando à sala e me sentado no sofá. Peter veio comigo.
Terminei de tomar o chocolate quente e deixei a xícara na mesa de centro. Peter me abraçou forte, depois me deu um beijo demorado.
- Vamos lá pra cima?
- Vamos - disse levantando do sofá.
Peter ficou de costas para mim e abaixou um pouco os joelhos, então pulei em suas costas. Ele correu pelas escadas, até chegarmos em seu quarto.
Ele me colocou em sua cama, e ficamos por um tempo só nos olhando. Ele começou a me beijar de vagar, com calma. Ele foi me deitando na cama, junto com ele. Me separei dele, mas só para desabotoar os botões de sua camisa xadrez. Joguei-a em um canto de seu quarto, e ele fez a mesma com a minha. Agora estávamos um pouco ofegantes, suas mãos passeando por meu corpo, e as minhas em seus cabelos. Sai de cima de seu corpo e sentei na cama, e tirei meu calção e minha meia-calça. Ele também tirou sua calça. Voltei a ele, que pegou meu rosto em suas mãos, e beijou levemente meus lábios, logo passando para meu pescoço.
Suas mãos agora estavam em minhas costas, imagino que procurando o fecho do sutiã. Quando o achou tentou abrir, mas se atrapalhou, então o ajudei. Ele pegou o sutiã e jogou em cima da mesinha de cabeceira.
Ele ficou alguns segundos olhando para meus peitos, e eu fiquei constrangida. Encolhi um pouco os ombros, e ele voltou a beijar meu pescoço, descendo lentamente até chegar ao meu mamilo direito. Beijou de leve ali. Senti arrepios pela espinha. Ele me deitou por baixo dele, e continuou descendo, beijando minha barriga, e senti mais arrepios, até que puxei seu rosto para mim. Ele apertou minha cintura levemente. Me virei de modo que sentasse em sua barriga. Me deitei em cima dele de novo e o beijei novamente. Ele foi descendo as mãos por minhas costas até que chegou à minha bunda. Apertou com gosto ali. Subindo as mãos de novo, ele chegou aos meus peitos.
Sentei em sua barriga, mas levantei e deitei ao seu lado.
- Tira isso ai logo – eu disse.
Com uma risada ele tirou a cueca, e só agora percebi o quanto estava exitado. Ele tirou minha calcinha rapidamente, no mesmo lugar que tinha jogado sua cueca.
Voltou sua atenção novamente a mim.
Passou a mão devagar na lateral de minha coxa, e encaixou minhas pernas em sua cintura. Me beijou no pescoço novamente. Soltei um gemido baixo. Ele afastou minhas pernas, quase pedindo permissão. Apertei seus ombros. Fechei os olhos quando ele colocou os lábios em meu mamilo novamente. Ele sabia que eu era muito sensível ali.
Devagar, ele foi me penetrando. Começou com movimentos lentos e pausados, e foi aumentando a velocidade. Ele não continha seus gemidos, que eram altos e freqüentes. Eu estava mais contida. Gemia baixo quando não conseguia segurar. Uma das mãos de Peter estava em meus cabelos, e a outra em minha cintura, me puxando pra si. Minhas unhas maltratavam suas costas. Ele me beijava um pouco, devorava meu pescoço outro pouco. Beijei seu pescoço. Nós estávamos há algum tempo com aqueles movimentos, e percebi que Peter não ia mais agüentar muito. Eu também estava em meu limite, e agora já não tentava mais conter meus gemidos. Peter fazia uma careta de prazer, então ele chegou ao seu limite, quase ao mesmo tempo em que eu, que cheguei um pouco antes.
Nossas respirações estavam irregulares, meu corpo, percebi que estava suado, meu suor se misturando um pouco ao de Peter.
Ele saiu de cima de mim, se deitando ao meu lado. Me puxou para seus braços. Ele passou seu braço por minha cintura, e me abraçou.
- Boa noite, meu amor – mesmo no escuro pude perceber seu sorriso encantador.
- Boa noite – selei nossos lábios.
Adormeci com Peter me fazendo cafuné.
-
O momento é perfeito, e para quem o vive não existe mais ninguém alem deles. Não existe nada alem do momento.